A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM.......
Pax e Rock
Ontem eu estava escutando uma das bandas que tiveram grande influência na minha vida, devido suas letras fortes e que te fazem parar pra pensar, não é uma banda muito conhecida, mas tenho certeza que depois que você escuta pela primeira vez, não para mais.
Fruto Sagrado é uma banda de Rock cristão que já está na estrada há 20 anos, e suas composições sempre falaram de forma clara e direta sobre temas do cotidiano focando problemas sociais, políticos, existenciais e hipocrisia religiosa.
Coloquei o link de uma das músicas que mais gosto, e que será o texto da nossa reflexão de hoje, espero que gostem:
http://www.youtube.com/watch?v=yD4M28Dc-8M
Essa música fala sobre a passagem da Parábola do Filho Pródigo, mas vamos esquecer do protagonista da história e vamos falar de outro personagem, o irmão do filho pródigo.
Esse irmão é aquele cara que vive dizendo: “Pô, mas eu fiz tudo certo e você não mandou matar o novilho cevado para mim".
Há aqueles que vivem dizendo a mesma coisa, preventivamente:
“Olha como estou fazendo tudo certo, lendo a biblia todo dia, orando, não falando nomes feios, sem fumar e sem beber"
” O Pai ainda nem recebeu os pródigos de volta e eles já estão chiando.
A Igreja costuma ser um lugar repleto de irmãos do filho pródigo e da ausência de filhos pródigos.
Muitos não gostam dos filhos pródigos e só os recebem sob a promessa de vê-los transformados em irmãos do filho pródigo.
Os filhos pródigos não são recebidos com um abraço caloroso e apaixonado, com o anel, roupas novas e calçados, sem falar na festa.
Ao contrário, segundo as melhores cartilhas, eles recebem uma lista dos itens imprescindíveis na vida do irmao do filho pródigo, O santo
O comportamento do irmão do filho pródigo passa para nós, é que todo legalista fundamenta sua salvação no seu fazer, excluindo da sua memória que a sua salvação foi conquistada por Jesus no Calvário.
O legalista se auto-inclui e se auto-exclui com a mesma facilidade. É capaz de condenar qualquer um. E, com a mesma medida, se auto-condena. Para isso nem espera o veredicto divino. É conclusivo na sua decisão.
Todo legalista se inflama com facilidade pelo não cumprimento da lei, mas fica extremamente apático com os atos de espontaneidade de Deus. Aliás, ele não sabe ser espontâneo.
A rigor, a Graça de Deus escandaliza os legalistas pela sua manifestação solta, livre, informal, areligiosa e, por vezes, até ilegal. Para os obcecados pela lei Jesus diz: “As meretrizes estão passando à frente de vós e estrando no Reino de Deus”.
Baseado na atitude do irmão do filho pródigo não podemos cair no perigo de esquecermos que o amor de Deus é incondicional. O v. 30 nos dá a nítida impressão que o irmão do filho pródigo não ficou nem um pouco sensibilizado com a volta do irmão. Note que ele usa a expressão “este teu filho”, que reflete o seu mais absoluto descontentamento, sua repulsa pela volta do irmão e com relação à atitude do pai.
Quando um cristão, seja ele quem for, deixa de chamar um outro cristão de irmão é porque seu amor nunca existiu ou porque a sua religiosidade se tornou inteiramente ineficaz para a prática do perdão e da solidariedade. O legalista tem mais facilidade para condenar do que para absolver.
Segundo o texto da parábola, o comportamento do irmão do filho pródigo reflete toda mesquinhez de um espírito que não se abre para os atos mais sensíveis do amor. Um espírito vazio de conteúdo e que desconhece totalmente a profundidade do amor de Deus.
O legalista tem tudo à mão, mas não sabe como aproveitar de tudo quanto tem, porque gasta a vida tentando mostrar a Deus e para as outras pessoas que é fiel. Não consegue aceitar o amor de Deus a não ser como uma recompensa aos seus serviços prestados.
Jesus nos adverte com base na atitude do irmão do filho pródigo do perigo de tornarmo-nos um empecilho para o nosso irmão. A maior sorte, se assim posso dizer, do filho pródigo quando decidiu voltar para a casa do pai, foi não ter encontrado o seu irmão mais velho no caminho de volta à casa do pai. Digo assim, porque se o encontro tivesse acontecido a história da parábola não teria tido um final feliz como teve.